segunda-feira, 29 de março de 2010

Nota Rápida: Coisas fofas

A verdadeira Turma do Minduim (no original, The Real Peanuts - clique para ver a camiseta):


E uma aula de história da arte em vídeo: 70 Million, da banda franco-americana Hold Your Horses:

70 Million by Hold Your Horses ! from L'Ogre on Vimeo.



E por hoje é só, p-p-p-pessoal!

domingo, 28 de março de 2010

Banana: o pesadelo criacionista

Neste vídeo, de 2006, os tele-evangelistas Ray Comfort e Kirk Cameron apresentam a teoria de que bananas são o pesadelo dos ateus:



O vídeo causou uma pequena sensação na internet - até Richard Dawkins se referiu a Comfort como banana-man durante uma palestra. Mas, se o objetivo era convencer algum ateu a se arrepender dos seus maus caminhos, Comfort e Cameron falharam. Não bastasse o humor involuntário do vídeo (em que Comfort mostra com gestos como a banana "se encaixa perfeitamente" em sua mão e em sua boca), os argumentos utilizados não resistem a um exame mínimo de sua consistência.

Vamos aceitar, por agora, a ideia de que um Criador desenhou a banana com a intenção de que torná-la perfeita para o consumo humano. Ora, se isso é verdade, por que ele não fez o mesmo com outras frutas, como o coco e o abacaxi? Ou por que as azeitonas são amargas (já se perguntou por que as azeitonas vêm imersas num líquido salgado? É que sem isso você não conseguiria comê-las.)? Ou seja: o argumento de que a banana seria prova da existência de Deus é um exemplo de falácia indutiva: formou-se uma regra geral (A banana é desenhada para os seres humanos, portanto existe um Deus Criador) com base numa amostra que não representa o todo. Na mesma linha de pensamento, Widson Reis (do blog Dragão de Garagem) propôs o argumento do pequi: se a banana testemunha que existe um Criador, os espinhos do pequi dão testemunho de que esse Criador tem senso de humor - negro.

Mas, será que poderíamos mesmo considerar a banana como evidência a favor da ideia de que o Universo foi criado por Deus? A resposta é não. As bananas selvagens têm sementes grandes e duras e um formato que lembra mais uma batata. As bananeiras "domesticadas" não são capazes de se reproduzir sozinhas: elas são o resultado de mutações e da interferência humana. Você pode ver mais sobre isto neste artigo do Skpecticwiki (em inglês) ou nos vídeos de Nick Gisburne, do site Smoking Gun, e do programa de rádio Atheist Experience (este e este). A conclusão: as bananas que a gente compra no mercado são uma criação humana - ou, se você preferir, um aperfeiçoamento humano sobre a criação divina.

Uma das mais conhecidas leis da internet, a Lei de Poe, sustenta que, "sem um emoticon ou outra clara exibição de humor, é impossível criar uma paródia fundamentalista sem que outras pessoas a tomem como verdade". Isto acontece porque muitas vezes os argumentos fundamentalistas beiram o ridículo, e este vídeo é um exemplo claro disto. Ray Comfort joga para a plateia: apresenta um punhado de argumentos supostamente lógicos com o intuito de provar o que os crentes já sabem, sem esconder um certo desprezo pelos não crentes incapazes de perceber o óbvio. Num "pedido de desculpas" publicado em 2009 - que serve de chamariz para um desafio a Richard Dawkins - Comfort alega que não sabia que a banana tinha sido domesticada pelo homem (e acrescenta mais uma pérola à sua coleção, insinuando que o homem usou a inteligência dada por Deus para fazer com que os cachorros coubessem nos carros). Como esperar que cientistas levem a sério quem nem se dá ao trabalho de tentar fundamentar suas ideias em fatos? Como esperar que qualquer pessoa com um mínimo de senso comum leve a sério quem despreza sua inteligência?

E a pergunta que me martela a cabeça: se o Cristianismo ainda é relevante para a sociedade ocidental contemporânea, e se a doutrina de um Deus Criador é essencial ao Cristianismo, será que não é possível defender Cristianismo e Criacionismo sem cair no ridículo?

terça-feira, 23 de março de 2010

Nota Rápida: Finalistas do Fun Theory

Lembram-se do Fun Theory Award, que a Volkswagen lançou em outubro do ano passado? Pois os 11 finalistas do concurso já foram divulgados, e o vencedor, escolhido por um júri especializado, será anunciado no próximo dia 29. Minha ideia favorita é da máquina de refrigerante com um braço, que permite usar latinhas como moedas - como se fosse um joguinho. E a de vocês?

segunda-feira, 22 de março de 2010

Aspire o Presente!

Minha nova mania para aproveitar o tempo que passo no ônibus indo do trabalho para a faculdade, e ainda aprimorar meu inglês, são os podcasts. Meu favorito é o Tweet Me Harder, que faz a linha Seinfeld: é um talk show sobre o nada :-) Os apresentadores, Kris Straub e David Malki! (com ponto de exclamação mesmo) são artistas gráficos, e ótimos contadores/inventadores de histórias. As conversas passeiam por temas tão variados quanto a casa ideal, chapéus, junk mail, robôs, fantasmas, massagens, e até lojinhas hippies mal-assombradas, tudo com um humor insano... Fico parecendo uma louca no ônibus, rindo sem parar :-)

O episódio 36, Painter of Fright, termina com esta pérola para rir e pensar (a tradução é minha, peço perdão por quaisquer erros): "O presente é que é importante. Desembrulhe esse presente, mergulhe nele. [...] Mantenha um olho no futuro e outro olho no passado, e o seu nariz bem fundo no presente, porque pode ter alguma coisa boa lá embaixo. Você tem que aspirar o presente, [...] prendê-lo dentro do seu corpo, deixar que ele entre em contato com a sua corrente sanguínea... É só desse jeito que você vai conseguir estar aqui, realmente aqui". Profundo, não?

Estou procurando bom podcasts em português. O que vocês indicam?

domingo, 21 de março de 2010

História de Desconversão



Uma pequena história de desconversão... O pianista é o responsável pelo QualiaSoup, canal do YouTube especializado na defesa do pensamento crítico. Mas a historinha se baseia na vida de outro "ateísta militante", conhecido pelo apelido TheraminTrees.

Sei que estou devendo um post decente em vez destas colagens de vídeo, mas minha cabeça está fervendo com tantas ideias que preciso primeiro parar, me organizar, e aí sim (re)começar a produzir. Espero que este vídeo de um cover de Come As You Are, do Nirvana, só com vozes femininas, ajude vocês a passar o tempo.



Até a próxima!

domingo, 7 de março de 2010

Para Não Esquecer

Hoje, 8 de março de 2010, eu, uma mulher solteira de 27 anos, tenho um emprego fora de casa, sou remunerada da mesma forma que meus colegas do sexo masculino com a mesma função, estudo Teologia, tenho direito a votar e a ser votada, posso escolher se, quando e com quem vou casar e/ou (e/ou!) ter filhos. Estes e outros direitos foram conquistados com muita luta, por mulheres e homens que sabiam que a diferença não é sinônimo de hierarquia. Mas ainda existem muitas mulheres que sofrem nas mãos dos seus familiares e companheiros, simplesmente por serem mulheres. Hoje é dia de comemorar as vitórias, sim - mas sem esquecer que ainda há muito o que fazer...

***

P.S.: Uma curiosidade: você sabia que as feministas nunca queimaram sutiãs?

sábado, 6 de março de 2010

Duas músicas e uma foto

Uma música pra curtir dor-de-cotovelo: Most of the Time, do Bob Dylan. Ouvi esta pérola pela primeira vez num dos meus álbuns favoritos, a trilha sonora do filme Alta Fidelidade (que ainda tem Velvet Underground, Elvis Costello, The Kinks, e um monte de música boa pra dor-de-cotovelo...)

"Most of the time / My head is on straight, / Most of the time / I'm strong enough not to hate. / I don't build up illusion 'til it makes me sick, / I ain't afraid of confusion no matter how thick / I can smile in the face of mankind. / Don't even remember what her lips felt like on mine / Most of the time."

Por falar em Bob Dylan, encontrei na Wikipédia esta foto dele aos 22 anos, com a Joan Baez, na Marcha pelos Direitos Civis de 1963 em Washington, D.C. Fofo, né?

Outra música, mais esperançosa e com um clipe divertido (um não, dois! Veja o primeiro aqui): This Too Shall Pass, do Ok Go. Eles são os caras da coreografia em esteiras que virou um dos vídeos virais mais famosos da Internet, e atacam agora com uma máquina de Rube Goldberg (lembram da abertura do Rá-Tim-Bum?)


Let it go, this too shall pass. / When the morning comes.
(You know you can't keep lettin' it get you down. No, you can't keep lettin' it get you down.)

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