Hoje, 23 de abril, é o Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais. Para comemorar, fiz uma lista das minhas cinco frases de abertura inesquecíveis. Não são necessariamente meus livros favoritos, mas são os que me deixaram de boca aberta já na primeira página.
1. Orgulho e Preconceito / Jane Austen (1813)
É verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro em posse de boa fortuna deve estar necessitado de esposa.
Ok, hoje em dia isso não é mais tão verdadeiro assim :-) Mas a frase dá o tom das preocupações da Sra. Bennett, mãe da protagonista (Elizabeth Bennett, uma das minhas personagens femininas favoritas) e de outras quatro filhas, cuja maior preocupação é arrumar bons casamentos para elas. É por causa da insistência dela que as irmãs Bennett acabam cruzando o caminho do Sr. Bingley e do orgulhoso (e, os meninos que me desculpem, maravilhoso) Sr. Darcy. Aliás, eu adoraria saber o que os caras pensam de Orgulho e Preconceito... Jane Austen é leitura só de meninas?
2. Neuromancer / William Gibson (1984)
O céu sobre o porto tinha a cor de uma televisão sintonizada num canal fora do ar.
Neuromancer (leia o primeiro capítulo aqui) é um clássico da ficção científica, especificamente da literatura ciberpunk. Nele, Gibson criou a palavra ciberespaço, hoje nossa velha conhecida. Esta primeira frase ajuda a colocar o leitor no clima do futuro distópico e super-tecnológico retratado no livro: até o céu é eletrônico...
3. A Metamorfose / Franz Kafka (1915)
A Metamorfose é a história de um homem que, do nada, acorda transformado num inseto monstruoso. O conto nunca deixa claro que tipo de inseto seria, nem o que teria levado a essa transformação. Desde a primeira frase, nos limitamos a acompanhar as desventuras de Gregor Samsa e de sua família adaptando-se a esta estranha condição. É Kafka: não espere um final feliz...
4. Anna Karenina / Liev Tolstói (1877)
Quando li Anna Karenina, eu já conhecia o final trágico da protagonista, revelado em A Insustentável Leveza do Ser (de Milan Kundera). Mas isto não atrapalhou nem um pouco a leitura. A frase não deixa dúvida: as famílias apresentadas em Anna Karenina são infelizes, "cada uma à sua maneira". A começar pela própria Anna: aristocrata, casada, com um filho pequeno, ela se apaixona por um homem mais novo e cai em desgraça na sociedade russa. É um daqueles clássicos que fazem por merecer o título.
5. Cem Anos de Solidão / Gabriel García Márquez (1967)
E vocês? Alguma frase inesquecível que gostariam de compartilhar?