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domingo, 6 de junho de 2010

Sonhando com o espaço...

Na última quinta-feira, dia 3 de junho, seis homens começaram uma simulação de como seria uma viagem a Marte. Eles vão ficar isolados por cerca de 520 dias numa cápsula construída num antigo estacionamento de Moscou, período suficiente para simular a viagem de ida e volta e ainda uma breve estada em solo marciano. Nenhum dos membros da equipe é astronauta: o propósito da simulação não é propriamente técnico, mas médico e psicológico. O que se quer é analisar como o corpo e a mente dos participantes reagirão a esse período isolados (o contato com o mundo externo será só por e-mail com atraso de 40 minutos, como aconteceria numa missão de verdade), contando com um número limitado de suprimentos. Não é a primeira vez que fazem uma simulação deste tipo, e nem sempre elas terminam bem. Uma delas, em 1999, terminou quando um participante russo tentou beijar à força uma colega canadense...

Para mais detalhes sobre a Mars500, veja a página da Agência Espacial Europeia, o site especial do Google e a página oficial do projeto. É pena que o blog oficial da missão esteja em russo... (via blog Só Ciência e jornais O Globo e Telegraph).

Ainda nesse clima "marciano", no mesmo dia em que a Mars500 tinha início, foi divulgada a nova música do projeto Symphony of Science (Sinfonia da Ciência), de John Boswell: The Case for Mars. O projeto divulga o conhecimento científico com remixes, botando gente como Carl Sagan e Stephen Hawking pra "cantar" suas ideias. Parece estranho, mas é divertido. Além desse vídeo novo (abaixo, em versão legendada em espanhol - o original sem legendas está aqui), vale a pena conferir The Glorious Dawn, que acaba de ganhar um Webby.



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Enquanto procurava os links sobre a Mars500, me deparei com a notícia de que cientistas da NASA acreditam ter encontrado evidências de vida em Titã, uma das luas de Saturno. A pista é que esses "alienígenas" estariam consumindo hidrogênio e acetileno. Caso eles estejam corretos, seria uma forma de vida não-baseada em água, bem diferente da que temos aqui na Terra (via G1 e Telegraph).

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Essas notícias todas só alimentam um dos meus sonhos mais antigos (e talvez o mais difícil de realizar): ir ao espaço. Quem sabe, daqui a uns 20, 30 anos é possível que já estejam em operação vôos comerciais para a Lua, né? Eu nem precisava de tanto (se bem que seria o máximo pisar na Lua e ver a Terra nascer de lá...), já me bastaria um passeio pela órbita da Terra, ver os oceanos, as nuvens, as luzes das cidades... Um dia eu vou estar lá em cima, vocês vão ver!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Primeiras Palavras

Hoje, 23 de abril, é o Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais. Para comemorar, fiz uma lista das minhas cinco frases de abertura inesquecíveis. Não são necessariamente meus livros favoritos, mas são os que me deixaram de boca aberta já na primeira página.

1. Orgulho e Preconceito / Jane Austen (1813)


É verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro em posse de boa fortuna deve estar necessitado de esposa.


Ok, hoje em dia isso não é mais tão verdadeiro assim :-) Mas a frase dá o tom das preocupações da Sra. Bennett, mãe da protagonista (Elizabeth Bennett, uma das minhas personagens femininas favoritas) e de outras quatro filhas, cuja maior preocupação é arrumar bons casamentos para elas. É por causa da insistência dela que as irmãs Bennett acabam cruzando o caminho do Sr. Bingley e do orgulhoso (e, os meninos que me desculpem, maravilhoso) Sr. Darcy. Aliás, eu adoraria saber o que os caras pensam de Orgulho e Preconceito... Jane Austen é leitura só de meninas?


2. Neuromancer / William Gibson (1984)


O céu sobre o porto tinha a cor de uma televisão sintonizada num canal fora do ar.


Neuromancer (leia o primeiro capítulo aqui) é um clássico da ficção científica, especificamente da literatura ciberpunk. Nele, Gibson criou a palavra ciberespaço, hoje nossa velha conhecida. Esta primeira frase ajuda a colocar o leitor no clima do futuro distópico e super-tecnológico retratado no livro: até o céu é eletrônico...


3. A Metamorfose / Franz Kafka (1915)


Numa manhã, ao despertar de sonhos inquietantes, Gregor Samsa deu por si na cama transformado num gigantesco inseto.

A Metamorfose é a história de um homem que, do nada, acorda transformado num inseto monstruoso. O conto nunca deixa claro que tipo de inseto seria, nem o que teria levado a essa transformação. Desde a primeira frase, nos limitamos a acompanhar as desventuras de Gregor Samsa e de sua família adaptando-se a esta estranha condição. É Kafka: não espere um final feliz...


4. Anna Karenina / Liev Tolstói (1877)

Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes o são cada uma à sua maneira.

Quando li Anna Karenina, eu já conhecia o final trágico da protagonista, revelado em A Insustentável Leveza do Ser (de Milan Kundera). Mas isto não atrapalhou nem um pouco a leitura. A frase não deixa dúvida: as famílias apresentadas em Anna Karenina são infelizes, "cada uma à sua maneira". A começar pela própria Anna: aristocrata, casada, com um filho pequeno, ela se apaixona por um homem mais novo e cai em desgraça na sociedade russa. É um daqueles clássicos que fazem por merecer o título.


5. Cem Anos de Solidão / Gabriel García Márquez (1967)

Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo.

Esta talvez tenha sido a primeira citação literária que eu decorei. Eu devia ter uns 12, 13 anos quando li Cem Anos de Solidão pela primeira vez, e a forma como o García Márquez junta tanta informação numa única frase me fascinou de cara. Como aquele menino virou coronel? O que ele fez para ir parar, "muitos anos depois", diante de um pelotão de fuzilamento? O livro mal começara e eu já estava completamente imersa na história.


E vocês? Alguma frase inesquecível que gostariam de compartilhar?

domingo, 3 de agosto de 2008

Pão quentinho (da série "Meus Favoritos")

Há lugares, pessoas e coisas que fazem a gente se sentir bem ou mal simplesmente pelo efeito que causam em nossos sentidos, com seus perfumes, sons, visões, sabores e sensações. Uma das coisas que fazem isso em mim é o pão.

Acho que quase todas as culturas produzem alguma espécie de pão, com ou sem fermento, de trigo, de milho, ou de algum outro cereal, simples ou recheado. Segundo a Wikipédia, é um dos alimentos mais antigos da Humanidade. Até hoje, não provei nenhum pão ruim - tá, não sou fã de pão de forma, mas até ele tem seu charme, num misto-quente ou americano. Pra mim, pão bom de verdade nem precisa de acompanhamentos.

Mas não é só o sabor do pão que me atrai: existe algo de confortante num pacote cheio daqueles pãezinhos franceses bem quentinhos, recém-saídos do forno da padaria. Não tem preço: pegar o pãozinho recém-comprado, crocante por fora e macio por dentro, abri-lo, espalhar a margarina ou manteiga e vê-la se desmanchar no miolo morno e macio...

Ah, o miolo do pão francês! Como é que tem gente que consegue comer pão sem ele?? Tá, eu sei, é a dieta. Mas que graça tem? Quando eu era pequena, agia feito um ratinho: cavava um buraco na bisnaga, tirando o miolo com a eficiência de uma sonda da Petrobras. Hoje me controlo melhor - mas não desperdiço miolo de jeito algum!

Outro dia, no ônibus, sentei ao lado de um homem que dormia segurando sacolas de compras. O calorzinho que saía de uma delas era inconfundível: nem precisei fechar os olhos para imaginar as bisnaguinhas. Foi naquele ônibus, ao lado de um desconhecido que dormia (quem sabe, embalado também pelo calor do pão), que me dei conta: pão quentinho me lembra a infância.

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