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sábado, 10 de abril de 2010

Ajuda para o Rio de Janeiro (e boas-vindas para alguém especial)

As chuvas que caíram sobre o Rio de Janeiro (ou melhor, o descaso e a omissão dos governantes atuais e passados) deixaram mais de duzentos mortos e cerca de 15 mil desabrigados. O jornal O Globo divulgou lista com locais que estão recolhendo doações na capital, em Niterói (cidade que concentra mais da metade dos mortos), em São Gonçalo e em outras cidades. Além das doações em dinheiro, alguns dos principais itens solicitados são água, alimentos não-perecíveis, materiais de limpeza e de higiene pessoal, roupas, cobertores, entre outros. Escolha uma instituição em que você confia, e mãos à obra! Aliás, quem puder e quiser colaborar com mais do que donativos pode procurar a Cruz Vermelha, que está aceitando voluntários para trabalho imediato.

A chuva que começou na segunda à noite foi mesmo impressionante. Fiquei mais de três horas dentro de um ônibus indo da Lapa para a Tijuca, sendo que passei metade desse tempo parada. Não cheguei à faculdade, preferi descer, andar até a praça Afonso Pena e pegar o metrô para Botafogo. Tive sorte. Uma das minhas melhores amigas, grávida de 9 meses, ficou completamente ilhada no Recreio na terça feira. Um colega de turma, morador da Barra, saiu de casa na segunda às 5 da tarde para ir à faculdade e só foi chegar em casa às 5 da manhã de terça (veja aqui o relato dele, e um vídeo com o rio formado numa das principais ruas da Tijuca). O coordenador acadêmico levou quase 12 horas para ir da Tijuca a Mesquita. E a casa dos pais de um dos meus professores, em Niterói, foi parcialmente soterrada (felizmente todos passam bem).

No meio do caos, as desculpas de sempre. Dizer que a meteorologia não previu a chuva é bobagem: a previsão era de chuva forte desde domingo. Só que previsão do tempo não é ciência exata: até onde eu sei (fiz curso técnico de meteorologia - longa história - mas nunca exerci) não há forma de dizer exatamente quantos milímetros de água vão cair em determinada chuva. Cabe aos governantes terem um plano de emergências, que seja colocado em prática sempre que chuvas fortes se insinuarem - ainda mais em época de maré alta, como foi agora. No mais, não custa lembrar: nas próximas eleições, pense bem antes de escolher seus candidatos...

***

Enquanto eu escrevia este post, chegou a notícia: nasceu a Marina, filha do Tiago e da Luciana, uma das minhas mais antigas amigas (a mesma que ficou ilhada em casa por conta das chuvas). Bem-vinda, Marina!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Carta à empresa Metrô Rio

Texto de e-mail que acabo de enviar à empresa Metrô Rio, reclamando do novo sistema de cartão eletrônico para as integrações expressas:

Gostaria de registrar minha insatisfação com o novo sistema cartão eletrônico para a integração Ônibus/Metrô Expresso. Moro em Botafogo, nas proximidades do Rio Sul, e estudo à noite na Tijuca. Uso diariamente a linha 511A, que liga a estação de Botafogo à Urca. Antes da implantação do sistema eletrônico, já era imposta a limitação na venda dos bilhetes expressos, forçando os usuários dessas integrações a ir diariamente à bilheteria. Como o intervalo entre os trens e ônibus expressos é maior durante a noite, muitas vezes a ida à bilheteria significava perder o trem e chegar em casa mais tarde.

Ao contrário do que dizem os cartazes de propaganda, a vida do cliente não ficou mais prática com a implantação dos cartões eletrônicos. Na verdade, vocês conseguiram piorar um sistema que já não era ideal. A limitação de uso em duas horas impede de vez a prática de comprar bilhetes antecipadamente (na hora do almoço, por exemplo), única forma de tentar poupar tempo à noite.

O pior de tudo é que a limitação de tempo não faz o menor sentido: o motorista que recebe os cartões no ônibus expresso não tem qualquer forma de verificar há quanto tempo o bilhete foi comprado. Fica a impressão de que o novo sistema não foi pensado para facilitar a vida dos usuários, mas a da própria empresa.
Veremos se terei resposta... As integrações expressas são uma verdadeira mão-na-roda: em vez de pagar 2,80 pelo metrô da Saens Peña a Botafogo, e mais 2,20 pelo ônibus até a minha casa (ou de me arriscar pegando um dos ônibus da Tijuca a Botafogo, passando por uma série de locais de risco), pago 3,60 pela integração. No entanto, praticamente todas as praticidades que vêm sido oferecidas aos usuários de ônibus e metrô passam longe da gente. O Vale-Transporte Eletrônico seria a única opção para não perder dinheiro, mas achei o site da Fetranspor tão confuso que desisti... E afinal, o tal do Bilhete Único sai ou não sai?

domingo, 6 de julho de 2008

Sobre o Tempo

Um dos textos da Bíblia que mais me desafia ultimamente é a passagem sobre o tempo em Eclesiastes 3.1-8:

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu:
há tempo de nascer e tempo de morrer;
tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
tempo de matar e tempo de curar;
tempo de derribar e tempo de edificar;
tempo de chorar e tempo de rir;
tempo de prantear e tempo de saltar de alegria;
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras;
tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;
tempo de buscar e tempo de perder;
tempo de guardar e tempo de deitar fora;
tempo de rasgar e tempo de coser;
tempo de estar calado e tempo de falar;
tempo de amar e tempo de aborrecer;
tempo de guerra e tempo de paz.

Quando lembro deste texto, a primeira coisa que me passa na cabeça é: Se é verdade que há tempo para todo propósito, onde foi parar o meu? Por que as horas parecem escapar dos meus dedos, como água, e o que sobra parece insuficiente para matar a sede? Agora mesmo, neste domingo à noite, bate o desânimo de ir para a cama e encarar outra semana num trabalho que me dá poucas alegrias e muitas decepções... Outro final de semana passou, e sinto que não o aproveitei tanto quanto gostaria/poderia. E olha que até que curti este domingo: ouvi Leonardo Boff na Igreja Cristã de Ipanema, almocei e fui à feira hippie com duas amigas que não via há tempos. Mas ainda fica o gosto de quero mais, mesmo sem saber o que é esse "mais" que tanta falta me tem feito.

Releio o texto de Eclesiastes e percebo suas marcações: há tempo para amar, mas também para odiar; há tempo para nascer e também para morrer. No corre-corre cotidiano, tudo também é marcado: hora de acordar, hora de almoçar, hora de voltar pra casa. No entanto, me parece que há uma diferença entre estas "horas" e aqueles "tempos". Nossas horas são para serem cumpridas, os tempos do pregador são para serem vividos e pensados. As horas se impõem, os tempos se apresentam. E, se prestamos muita atenção às horas, acabamos perdendo de vista os tempos: perdemos a época de plantar, choramos quando deveríamos rir, deixamos passar a oportunidade de abraçar.

Até aqui falei do dia-a-dia. Mas o texto de Eclesiastes também me lembra dos "tempos" da nossa vida, com seus altos e baixos, suas pequenas alegrias e grandes tristezas (e vice-versa), seus contratempos e boas surpresas. Já não sou mais criança, já saí da adolescência, mas ainda não consigo pensar em mim como adulta - fico naquele limbo da juventude. Já tenho meu emprego, já pago minhas contas, sou plenamente responsável pelos meus atos. O que falta para passar daqui para lá? E outras mil perguntas surgem: até quando continuar neste emprego? O que vou fazer depois do seminário? Será que o casamento é pra mim? Será que Deus tem um plano detalhado para a minha vida, ou será que estou construindo esse caminho a cada dia, com as minhas escolhas?

Não tenho as respostas, mas vou continuar procurando. Afinal, ainda há tempo...

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Ouvindo: Bob Dylan - Father of Night
via FoxyTunes

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Post teste: Aventura de Réveillon

Meus velhos amigos de CEFET e eu decidimos passar a virada de 2007 para 2008 na casa de um amigo nosso em Niterói. Fomos ver a queima de fogos na praia de Icaraí, onde chegamos a pé, depois de uma boa caminhada. Até deu pra ver um pouco dos fogos de Copacabana, que começaram antes da hora. Mas foi depois da meia-noite que começou a aventura. Reparamos que tinha um ônibus que servia pra volta parado bem atrás de onde estávamos, e depois de trocar os abraços e beijos tradicionais, embarcamos nele nos achando muito espertos.

O ônibus já estava andando quando entramos, mas o motorista parou uns poucos metros adiante para ver os fogos (foram 20 minutos, uma eternidade). O ônibus foi enchendo, os fogos acabaram, mas cadê que o bicho andava? Depois de mais vinte minutos a gente percebeu o problema: a rua lá tem só duas pistas (uma pra cada mão) entre o mar e a montanha, e na pista contrária tinha uns 5 ônibus que não tinham conseguido chegar na praia, graças ao engarrafamento pré-fogos. Pra piorar, tinha trocentos carros estacionados dos dois lados da pista (Niterói ainda não aprendeu a lição de Copacabana, que fecha o trânsito para carros particulares no dia 31). Bem na frente do ônibus que vinha na direção contrária ao nosso, tinha uma van e um carro parados, antes de uma vaga vazia. A princípio eu pensei que se empurrassem o carro e a van, o ônibus da nossa frente teria espaço para manobrar. Só que mais adiante do nosso ônibus tinha um carro em fila dupla. Ah, sim, eu falei que tudo isso era numa curva? Pois é...

Os primeiros minutos de 2008 passando, e nada do impasse se resolver. Um amigo meu desceu do ônibus e começou a empurrar o carro que estava na frente da van, mas a família responsável pelo veículo já tinha chegado e quase saiu briga. O dono da van apareceu (alívio!), abriu a porta, pegou alguma coisa lá dentro e fechou de novo (nãaaaaooooo!!!). Ignorando completamente o nó no trânsito, encostou na van - de frente pra praia e de costas pro crime - e começou a falar no celular.

Finalmente apareceram alguns oficiais distribuindo multas para os carros estacionados do lado da pedra (local proibido), e um guarda municipal foi ver o porquê do trânsito estar parado - imagino que àquela altura a fila de carros tentando sair de Icaraí já devia estar dando a volta em Niterói...
Nós (eu, meus amigos e outros passageiros) gritamos pro guarda pedir para a van sair do caminho. Ele olha pra gente com cara de "E cadê o motorista?". A gente grita "Tá ali", apontando para o distinto senhor ainda curtindo a brisa do mar. O guarda vai até ele, o cara (de pau) diz que não é o dono do carro. O guardinha vira pra ir embora, mas a essa altura o ônibus inteiro já se levantou e todo mundo grita indignado: "É ele sim! É ele sim! A gente viu ele abrir a porta!", e começa a xingação... O guarda volta para reclamar, o "motorista" insiste, o guarda tira o talão de multa do bolso (aplausos do ônibus), o "condutor" muda de conversa. Um senhor de bermudas e boné, do lado da esposa, grita alguns palavrões, pede "Tira a carteira dele!" e repete o novo bordão clássico, "Pede pra sair!", enquanto o "piloto" entra na van. Para delírio dos fãs do capitão Nascimento, nessa hora aparece um PM gritando e batendo na porta da van. Finalmente, a van saiu, abrindo caminho para a fila de ônibus andar. O nosso ainda teve que aguardar mais uns minutinhos pra poder desviar do carro em fila dupla...

É, 2008 promete :-)

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