sábado, 13 de dezembro de 2008

Notas diversas

A Câmara aprovou um projeto de Lei que obriga bibliotecas públicas a possuírem pelo menos uma Bíblia em seu acervo. Na justificativa, o deputado Filipe Pereira apela para a "sólida tradição cristã" do povo brasileiro e argumenta que as Bíblias nas bibliotecas seriam uma boa alternativa para as "pessoas carentes para as quais a aquisição de livros, em face de suas rendas precárias, apresenta-se impossível". Ok, por onde começar a dizer o que vejo de errado nessa idéia? Acredito que qualquer bibliotecário digno do seu juramento só pode ficar arrepiado diante da possibilidade de ser obrigado a ter ou não ter qualquer material em sua biblioteca. Especialmente se é uma biblioteca pública! A comunidade atendida é majoritariamente cristã? Beleza, que venham as Bíblias. Mas e os espíritas? Não têm direito às obras de Kardec, Chico Xavier, ou, sei lá, dos Gasparettos? Sem falar que as Bíblias de católicos e protestantes são ligeiramente diferentes... Se a biblioteca compra um exemplar protestante, os católicos não ficarão prejudicados? Enfim, que tal darmos condições aos bibliotecários para atender às suas comunidades, em vez de ficar ditando o que eles devem pôr ou tirar das estantes?

***

Confesso: sou uma admiradora da arte urbana: grafites, pinturas, todo tipo de intervenção que deixe a cidade mais interessante. Nestes dias (acho que graças a um e-mail), descobri o artista britânico Slinkachu, que desde 2006 desenvolve o "Little People Project", com bonequinhos minúsculos interagindo com a cidade: um casal se beijando na beira do rio, um homem segurando um fósforo com o dobro de sua altura diante de um carrinho incendiado, um grupo numa lancha navegando uma poça, uma briga... No site dá pra conferir também três imagens do mais novo projeto de Slinkachu, com caramujos "decorados".

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