O Raul, meu colega de Seminário (atualmente em "licença-paternidade"), deixou o seguinte comentário no meu post sobre o livro Missão Transformadora:
"quanto a sua última resposta de incerteza gostaria de lhe fazer uma pergunta: e o fator FÉ?"
A "última resposta de incerteza", creio, seria este trecho:
Para mim, porém, o apelo às "Escrituras" ou à tradição fala cada vez menos. Não posso mais defender a superioridade do cristianismo sobre outras religiões (ou sobre a "não religião", por falar nisso). E, no momento, não me sinto capaz de aderir incondicionalmente a qualquer doutrina cristã...
Caro Raul, o "fator fé" é justamente parte do problema. A fé cristã não é única e imutável, existem diversas fés possíveis, e cada uma delas encontra apoio em uma interpretação da Bíblia. Há cristãos sinceros que defendem que Deus determinou que X pessoas serão salvas e Y pessoas serão condenadas ao inferno. Há cristãos sinceros que acreditam que a salvação depende exclusivamente de uma decisão pessoal. Houve cristãos sinceros que acreditavam que obrigar alguém a se converter é um ato de amor - hoje, ninguém mais defenderia isto (pelo menos não em público). Há cristãos sinceros que acreditam que Deus está matando soldados no Iraque para punir quem tolera os gays, há cristãos sinceros que são homossexuais. Como saber qual destas posturas é a correta? O que significa esse "fator fé"?
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