quinta-feira, 13 de março de 2008

Eu e o Ensino

Sou professora de Escola Bíblica Dominical na minha igreja. Na verdade, gosto de pensar em mim como uma dirigente de estudos: alguém que não está lá para ensinar, mas para incentivar o debate, estimulando as pessoas a apresentarem aquilo que o Espírito mesmo já mostrou a elas, e, a partir daí, direcionar a discussão para tentar garantir que, ao final, os objetivos do estudo sejam alcançados. Acredito muito no princípio do sacerdócio universal de todos os crentes, e tento, da melhor forma, colocar esta fé na prática. Claro que enfrento problemas: estudantes desmotivados, tímidos, desinteressados (aqueles que nem vão à aula, sabe como é?), acostumados a ouvir. Mas resisto como posso à tentação de transformar a aula em mera transmissão de meus conhecimentos pessoais.

Essa abordagem mais livre, de dar voz a todos, tem outro problema (talvez o mais difícil de resolver): como cristãos, temos algumas crenças inegociáveis. Há verdades básicas, válidas para todos. Mas, no decorrer de nossa vida com Deus, temos experiências com Ele que não se repetem da mesma forma com outros. Como ouvi de um professor esta semana, Deus, conhecendo a nossa diversidade, se revela de formas diversas para cada um de nós. Mesmo as verdades fundamentais do cristianismo (e às vezes é tão difícil defini-las!) são experimentadas de formas diferentes por cada um. Onde está o limite entre o universal e o particular? Como ensinar sem cair na armadilha de transmitir experiências pessoais como sendo verdades gerais?

Dá para ver que Tiago tem toda razão quando alerta: “não vos torneis, muitos de vós, mestres.” Creio que ele falou por experiência própria, até porque ele se inclui na segunda parte do versículo (“havemos de receber maior juízo” - Tg 3.1). É uma tarefa difícil, às vezes ingrata - quando parece não dar resultado. Mas a satisfação que vem de cumprir o dom que me é dado pelo Espírito Santo é inigualável. A certeza de saber que é assim que Deus quer me usar, apesar de (e com todas as) minhas limitações, dá paz ao meu coração. E de tanto lidar com a Palavra no ensino, de tanto ler coisas me preparando para as aulas, cresceu a vontade de estudar mais – olha o Seminário aí, gente! - e de me atrever a escrever. É muita pretensão achar que eu tenha algo a dizer, mas é bom pra me exercitar ;-) Começo com alguns comentários (não chegam a ser lições) sobre o estudo atual da minha classe: Oração.

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